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Brasil, um País de Seniores! Estamos Preparados?

Este texto foi originalmente publicado como parte do e-book Economia prateada — Inovações e oportunidades com foco em seniores, da Seniortech Ventures, que pode ser baixado AQUI


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050 o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões, o que representará um quinto da população mundial. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a população idosa chegará a cerca de 37 milhões em 2030 e a mais de 57 milhões em 2060, o que representa 26,7% e 37,7% da população total, respectivamente.


Os dados não geram dúvidas quanto aos anos de vida conquistados, mas não apontam como são ou serão vividos. De acordo com a OMS, estima-se que existam hoje 35,6 milhões de pessoas com Doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050. Estima-se que cerca de 15 a 20% dos idosos no Brasil tenham alguma síndrome demencial, sendo a Doença de Alzheimer a mais comum.


A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo, sem cura e sem causa definida, que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. A DA tem repercussões profundas sobre o indivíduo doente, seus familiares e cuidadores, com prejuízos de ordem física, psicológica, espiritual, profissional, familiar e financeira.


O tratamento da DA conta com medicamentos e intervenções não farmacológicas, muitas vezes tão ou mais eficazes no manejo de sintomas comportamentais e psicológicos tais como: reabilitações cognitivas/neuropsicológicas, terapia ocupacional, fisioterapia, psicoterapia, musicoterapia, dentre outras.


Envelhecer com Alzheimer aumenta significativamente os custos dos cuidados de saúde, afetando a vida dos pacientes acometidos e seus cuidadores. Entre os impactos financeiros da DA, destacam-se os gastos com cuidadores profissionais, os custos com serviços domiciliares, a possível redução da carga horária de trabalho assalariado para familiares em função dos cuidados com o doente e a internação em instituições especializadas.


A Alzheimer's Association estima que em 2015 os custos para estes cuidados cheguem a US$226 bilhões, no Brasil, os cuidados com idosos com síndromes demenciais tendem a comprometer cerca de 66% da renda familiar, podendo chegar a 80% quando a demência se associa a outra doença crônica.


De acordo com o relatório de 2020 da Comissão Lancet para prevenção, intervenção e cuidados com a demência, que fez revisão e meta-análise de diversos estudos, é possível apontar 12 fatores de risco modificáveis, que representam cerca de 40% das demências em todo o mundo. Em resumo, o potencial de prevenção ou adiamento dos primeiros sintomas é alto e pode ser ainda maior em países de baixa e média renda.


Os 12 fatores de risco são: educação secundária incompleta; hipertensão; obesidade; perda auditiva; tabagismo; depressão; sedentarismo; isolamento social; diabetes; consumo excessivo de álcool, traumatismo cranioencefálico (TCE) e poluição atmosférica. Não há uma idade ideal para se prevenir síndromes demenciais controlando os fatores de risco. É certo que quanto mais cedo melhor, mas mesmo em idades mais avançadas as mudanças trazem efeitos benéficos.


A conquista da longevidade está associada a altos riscos de comprometimento cognitivo e demência, tornando-se um dos maiores desafios globais para a saúde e assistência social. Nota- -se que os hábitos de vida que contribuem para o aumento do risco de prejuízos neurocognitivos, principalmente alimentares, associada a maior dificuldade de acesso a serviços de saúde, menores taxas de escolaridade e maior pobreza podem explicar por que o número de caso de DA está crescendo muito mais nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, do que nos países desenvolvidos.


Atuar em prevenção e promoção à saúde através do reconhecimento de fatores e comportamentos modificáveis no estilo de vida pode ter um grande impacto financeiro pois, aproximadamente metade da prevalência e do custo da demência poderia ser reduzida mudando a trajetória da DA, atrasando o início dos sintomas por 5 anos.


O relatório da Alzheimer´s Association calcula que um tratamento iniciado em 2025, que atrase o início da doença de Alzheimer em cinco anos, reduziria o número de indivíduos afetados pela doença em 5,7 milhões até meados do século e economizaria ao todo (sistema público e famílias) mais de US$ 220 bilhões nos primeiros cinco anos.


Ignorar tais projeções pode nos levar a um cenário com altos índices de idosos com síndromes demenciais, poucos profissionais especializados para atendimento, poucos profissionais disponíveis no mercado de trabalho e sobrecarga da previdência social e saúde pública.


Estamos preparados?

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